sábado, 2 de abril de 2011


Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade. Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada. Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido. ... Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Essa saudade, que faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe. Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que se experimenta a alegria. Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza. Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo. Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida. Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim.

Ana Jácomo

segunda-feira, 28 de março de 2011

O que é verdadeiro permanece!



- O que é verdadeiro volta?

- Não. O que é verdadeiro não vai. O que é verdadeiro permanece!



(Querido Jhon)

sábado, 26 de março de 2011


'E assim seguimos a nossa estrada: eu e minha esperança.
Com a bagagem cheia de nada,e o coração transbordante de um quase tudo.
Mas andei dois passos e achei grande demais esse mundo para andarmos sós.
Então chamei a menina (aquela que certo dia eu fui), daí nós três demos nossas mãos,
e partimos por esse destino que queríamos ter traçado, mas que sei que já tem seus próprios caminhos.'

Cáh Morandi

sexta-feira, 25 de março de 2011


E chega essa vontade de estar perto, presente, contigo...

Dany Araújo

quarta-feira, 23 de março de 2011

(...) afinal, há é que ter paciência, dar tempo ao tempo, já devíamos ter aprendido, e de uma vez para sempre, que o destino tem de fazer muitos rodeios para chegar a qualquer parte.

José Saramago

terça-feira, 22 de março de 2011

1 Coríntios 13


Ainda que eu falasse línguas,as dos homens e dos anjos,
se eu não tivesse amor,seria como sino ruidoso ou como címbalo estridente.
Ainda que eu tivesse o dom da profecia,o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência;
ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas,
se não tivesse o amor,eu não seria nada.
Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos,
ainda que entregasse o meu corpo às chamas,
se não tivesse o amor,nada disso me adiantaria.
O amor é paciente, o amor é prestativo;
não é invejoso, não se ostenta,não se incha de orgulho.
Nada faz de inconveniente,não procura seu próprio interesse,
não se irrita,não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça,mas se regozija com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê,tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais passará.
As profecias desaparecerão,as línguas cessarão,a ciência também desaparecerá.
Pois o nosso conhecimento é limitado;limitada é também a nossa profecia.
Mas, quando vier a perfeição,desaparecerá o que é limitado.
Quando eu era criança,falava como criança,pensava como criança,
raciocinava como criança.
Depois que me tornei adulto,deixei o que era próprio de criança.
Agora vemos como em espelho e de maneira confusa;
mas depois veremos face a face.
Agora o meu conhecimento é limitado,mas depois conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem
estas três coisas: a fé, a esperança e o amor.
A maior delas, porém, é o AMOR.

sábado, 12 de março de 2011


Fique quieta, não quero que saibam que você me viu acordar, que foi a primeira há me dar “Bom dia”, que me acompanhou a mesa durante o café, que até tentou me ajudar nas tarefas de casa, mesmo me fazendo ficar distraída e assim quebrar aqueles dois jarros. Também não quero que saibam que você voltou a sentar a mesa comigo, no almoço, assim como no jantar, que passou a tarde ao meu lado, enquanto eu tentava terminar de ler aquele livro.
Agora estamos aqui, eu e você, olhando para o céu. Você me diz que chegou a hora de partir, justo agora, que eu precisava da sua companhia, para admirar as estrelas e lembrar os que amo...
Então você se despede, me abraça, abraça bem apertado, quando me solta o vento já estava a lhe esperar, seguram firmes suas mãos para logo partirem. Pergunto para onde vai, você diz não saber, que vai para onde lhe chamarem, e eu ali parada, preste a dizer adeus, te faço um pedido, peço para que dê um recado, para aqueles que em algum lugar perguntarem por mim, diga somente: “Eu nunca vou te esquecer”. E você vai, ”Adeus, Saudade”!

Dany Araújo